Pelos olhos marejados encontramos bons lares

Um menino parou sua bicicleta perto de mim e disse: “Tio, vocês estão dando cestas?” Prontamente respondi: “Não, nós ajudamos famílias. Visitamos, conhecemos, acompanhamos e contribuímos em suas necessidades”. É bem diferente. Compartilhar é diferente de dar.

Somos contra essa cultura existente de dar e ir embora. Gostamos de criar vínculos. Nós conhecemos e convivemos com elas, sentamos em seu sofá e procuramos ser efetivo de verdade. Diante das necessidades emocionais e espirituais, a cesta básica vira um complemento. Elas precisam de alimento, mas também de uma conversa, um abraço, uma palavra de incentivo e uma oração. Já que estamos lá, tentamos ser completos. 

É diferente quando chegamos aos lares e nos chamam pelos nomes. Se sentem a vontade com nossa presença, somos de casa. Sendo assim, nossos conselhos e orações são mais precisos, pois não somos estranhos, mas conhecidos que desejam o bem. Retornaremos até que as coisas melhorem. E como estão melhorando.


Óculos Novos para Darlan

Hoje acompanhei o time do Luís Lima e Cris. A primeira casa visitada foi do Darlon. Aquele homenzarrão estava derretido com sua filhinha que acabara de nascer. A alegria estava no ar, todos estavam radiantes diante da chegada da pessoinha encantadora. E ela é linda.

Aproveitamos para dar o seu presente, doação da Tecnótica, doado por Joaquim Roberto. Darlon tem uma alta sensibilidade da luz e precisava urgentemente dos óculos com a especificação correta para poder sair ao sol. Se ele já estava feliz, imagine agora. Ficou extremamente grato.

Aos olhares de todos, Darlon compartilhou com era nervoso e ansioso, e como tem feito bem as visitas do Luís Lima. Sua vida foi transformada, não somente por dentro, mas por fora, que ele conseguia ver a mudança em sua família e em sua casa através do acompanhamento. Ele sentia que Deus entrou em sua casa e estava gerando transformação. Para mim, que fui à primeira vez lá, era nítido a paz e alegria. Apesar do desemprego e das despesas, eles estavam felizes e esperançosos, de fato Deus faz isso conosco.

Não somente lá, mas em todas as casas, o brilho no olhar era notório. Quando falávamos era possível ver a esperança pelos olhos marejados. Não é que a situação estava boa, mas a fé é capaz de pintar um futuro que nos faz avançar para vivencia-lo. A fé é nosso passaporte para uma vida melhor, primeiro temos esperança, depois ela nos tem. Em nenhum das casas saímos tristes, entramos alegres e saímos mais ainda. Doamos alegria e também recebemos. Notícias boas… todo carteiro que dar.

É impressionante como uma visita, uma boa conversa e uma oração pode gerar transformação. Não temos muito, mas o que temos… damos e conseguimos ver os resultados das ações. Um coração generoso pode dar aquilo que as mãos não podem comprar. Quem quer ajudar, mesmo sem recursos… contribui e muito!

O mal que está lá fora

Mas nem tudo são flores. O mal existe e não pode ser ignorado. Além dos problemas que cada um tem, é necessário conviver com o mal. Em toda comunidade existe o mal, o medo, o ódio, a criminalidade, as más influencias e tudo de ruim.

Tem família que deseja sair devido aos problemas que existem lá. Mas corajosamente digo que não deveria sair, mas ficar, pois o mal existe, mas Deus que é maior nos permite crer que vai melhorar. Quando a luz brilha a escuridão é dissipada, então devemos acender a luz e faze-la brilhar cada dia mais. Maldade existe em todos os lugares, mas devemos lutar para que onde esteja à bondade e honestidade possam prevalecer.

Devemos lutar pelas comunidades para que elas possam brilhar, pois quando as vejo, não entendo como algum ruim, mas bom. São compostas por pessoas maravilhosas que quando apoiadas evoluem e dão muitos frutos. Se crermos e lutarmos tudo vai melhorar. O mal existe, mas o bem também. E como se dizia nos desenhos animados de antigamente: “O mal nunca vai vencer o bem”. Esse conceito ainda é verdadeiro.

Nas comunidades encontramos muitas pessoas de bem. Hoje, foram oito lares visitados, e em cada lugar, uma família prazerosa de conhecer. Honestas e acolhedoras. Excelentes lugares para que a luz brilhe e possa alcançar outras mais.

Ela quer fazer direito

Geralmente perguntamos para os jovens qual ano está cursando e as respostas são decepcionantes. Insistimos em falar da importância dos estudos, pois muitos abandonaram o colégio e não valorizam o saber. Mas as filhas da Marcia são diferentes, e fui surpreendido por suas respostas. A mais velha está no segundo ano e sonha em ser advogada. Parece pouco, mas conseguiu vencer uma realidade contrária a ela. Uma grande quantidade de alunos não passa do sexto ano, e as duas filhas da Marcia já ultrapassaram essa barreira.

Um dos nossos sonhos é entrar nos colégios e realizar projetos de leitura e elaborar minibibliotecas para incentiva-los a ler. A educação é fundamental para construirmos uma nova realidade, então precisamos encarar de frente esse problema e lutar para que eles possam romper essa barreira como a Lorrane, filha da Marcia, conseguiu.

Um dia produtivo

 

Hoje, na companhia de um time maravilhoso, pude conhecer outras famílias que a Corrente do Bem Brasília atende. Em uma manhã visitamos oito casas e saímos de lá felizes por saber que estamos cooperando para o bem de tantas pessoas que precisam de ajuda.

Faça sua doação:

Com mais equipes poderemos alcançar mais famílias e assim favorecer que a luz brilhe em mais lares, e de fato o Sol Nascente veja o “Brilhante Sol da Manhã” nascer definitivamente naquele lugar.

Moisés Nogueira de Faria
Líder da Corrente do Bem Brasília
Instagram: @moisesnogueiraoficial