Diagnóstico 2018

Segundo o Dr. Dráuzio Varella, a desestruturação familiar tem relação com a criminalidade. As três principais causas são a falta de carinho, a submissão das crianças à violência e a falta de limites.

Em seus estudos, o Dr Dráuzio identifica o que nós da Corrente do Bem Brasília vemos com frequência: mulheres solteiras que foram abandonas pelo parceiro (morto, preso, viciado ou abandono) que precisam gerenciar famílias numerosas sendo que elas não conseguem dar a atenção, carinho e proteção para os filhos. Sem o apoio do pai natural, a mulher cria sozinha os filhos ou adiciona um novo companheiro ao lar, que com grande probabilidade a abandonará após engravida-la.  É comum encontrarmos mulheres com vários filhos de vários pais, nenhum deles assumindo a sua responsabilidade.

A mulher nessa situação precisa cuidar do lar (limpar, fazer comida, lavar), cuidar dos filhos (higiene, estudo, crescimento profissional), cuidar da família (unir, proteger, amar, aconselhar), além de proteger, suprir de todas as formas cada um dos integrantes do lar. Ou seja, impossível. Em geral, elas cuidam do lar e tentam sobreviver, sendo as demais atribuições não realizadas. As crianças não tem carinho, proteção, limites, aconselhamento e nem disciplina. Em muitos casos são submetidas à violência tanto fora da casa como dentro.


Os adolescentes são esquecidos facilmente, logo perdem o interesse pelo estudo e se deixam levar pelas opções ofertadas pelos amigos. O sexo, o tráfico e o crime são facilmente aderidos por aqueles que procuram opções na vida.  Aos 14 anos em média, as adolescentes abandonam os colégios, aderem à vida noturna e em sua ampla maioria engravidam antes dos 18 anos. Sem estudo, sem uma família estruturada, sem renda, e em muitos casos, sem parceiro, elas precisam cuidar da sua criança sem condições emocionais para isso. Muitas delas entregam para as avós criarem e voltam para a sua vida sem compromissos, outras tentam desanimadamente sobreviver em meios às acusações e solidão emocional. As jovens mães carentes caem facilmente na conversa de homens que as assumiriam com seus filhos, mas esses, após uma nova gestação, somem na mesma velocidade dos antecessores. Em alguns casos, alguns ficam, mas é criado outro problema: violência. Uma pequena minoria assume a responsabilidade e se torna provedor do lar.

Existem casos que o novo parceiro é desempregado. Não lhe é exigido compromisso (casamento) ou renda, ele passam anos sendo sustentado pelos programas sociais da sua parceira. A única renda da família são os programas sociais do governo e ações de ONGs. Os homens em alguns casos fazem “bicos” ou assumem o perfil de desempregado sendo assíduos nos bares e botecos da cidade. Uma pequena parcela não se entrega ao vício e supre a família como deve ser feito.

 

A mulher, quando tenta procurar trabalho, por não ter estudo ou conhecimento específico, sua principal atribuição é ser empregada doméstica, onde conseguirá uma renda desproporcional à sua necessidade. Muitas famílias têm como base de renda: a bolsa família e as doações de ONGs.  Notamos que pessoas providas de “Bolsa Família” e “DF sem miséria”, que participam de projetos sociais, conseguindo mais de uma cesta de alimento, tem dificuldade de procurar emprego, pois sua renda atual é mais de 60% de um salário mínimo e elas não vêm vantagem em se vincular em uma rotina de trabalho. É mais vantajoso não trabalhar.

Existe um ciclo da pobreza: a criança não é amada, corrigida, disciplinada; quando adolescente, engravida e inicia sua nova família sem estrutura emocional, física ou econômica; a nova criança não é amada, corrigida, disciplina; e assim de geração em geração a pobreza se perpetua.

Em muitos casos, existe um descontrole financeiro, vendem por valores irrisórios suas casas e bens conseguidos por programas do governo, heranças ou trabalhos passados. Muitos abandonaram a carreira profissional sem ter nada em vista, sendo que alguns casos eram boas oportunidades, mas pela falta de disciplina deixam por motivos esdrúxulos sem pensar duas vezes.

Notamos também a falta de disciplina, honra e respeito. Possuem grande dificuldade de seguir regras e conceitos estabelecidos. Elas não gostam de ser controladas ou moldadas, querem ajuda social sem vínculos, conselhos ou acompanhamento. Agindo assim, seus resultados não podem ser qualificados, ou seja, não precisam mudar. Muitos já participaram de inúmeros projetos sociais, sendo facilmente encontrados em distribuição de alimentos, bazares e onde tiver doações.

As maiores debilidades não são as necessidades físicas, mas as debilidades emocionais, morais, espirituais e falta de princípios. Tendo a necessidade da disciplina, aconselhamento, direcionamento e construção de princípios como atividade básica para a transformação social.

 

Problemas:

  • Ausência do homem (Pai) no lar: é papel do pai dar limites, gerenciar a família, proteger e dar visão (conduzi-la em meio às dificuldades para um crescimento e futuro);
  • Abandono dos homens;
  • Adolescentes que abandonam o estudo e chegaram a maior idade sem conhecimento e sem perspectiva;
  • Crianças que não tem o acesso ao carinho e amor, e não possuem exemplo para seguirem.
  • Conscientização das adolescentes sobre os riscos da gravidez e do ciclo da pobreza;
  • A primeira infância é construída com ausências, violência e falta de carinho;
  • Mães sobrecarregadas;
  • Carência paterna e materna dos adolescentes;
  • Carência afetiva das mulheres;
  • Depressão e falta de ânimo;
  • Falta de opções de trabalho para as mulheres;
  • Falta de opções para os jovens;
  • Homens que não valorizam a família e não constituem o lar;
  • Violência acentuada;
  • Falta de visão, ou seja, perspectiva de futuro;
  • Falta de cultura de trabalho (procurar, acordar cedo, rotina, servir)
  • Falta de direcionamento para os filhos;
  • Construção de relacionamentos sem compromissos, carência afetiva das mulheres;
  • Desvalorização do estudo e conhecimento;
  • Vitimização e dependência de projetos sociais;
  • Vícios e uso de drogas;